18.2.08

Escolaridade afeta a possibilidade de desenvolvimento sustentável

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Publicado em O Globo

31/01/2008

Para Wanda Engel, a desigualdade de acesso a uma educação de qualidade está definindo no Brasil uma situação que já vem sendo caracterizada como uma “crise de audiência do ensino médio”

Em artigo, a superintendente do Instituto Unibanco, Wanda Engel, comenta dados de pesquisas que mostram que os níveis de escolaridade afetam diretamente o grau de competitividade e a possibilidade de desenvolvimento sustentável de um país. “A desigualdade, as relações de desconfiança e discriminação entre grupos sociais, a violência e o baixo nível de responsabilidade social interferem diretamente na capacidade de uma sociedade promover seu próprio desenvolvimento econômico, social e político”, diz.

Segundo Wanda, estudos do Banco Mundial revelam que comportamentos negativos dos jovens podem representar uma redução anual do crescimento. A situação de vulnerabilidade desse segmento da população pode fazer com que deixemos de ganhar, nos próximos 40 anos, algo em torno de R$ 300 bilhões (16% do PIB). Para a autora, a desigualdade de acesso a uma educação de qualidade está definindo no Brasil uma situação que já vem sendo caracterizada como uma “crise de audiência do ensino médio”. Do total da população de 10 milhões de jovens entre 15 e 17 anos, somente 4 milhões se encontram matriculados nesse nível. Como conseqüência histórica dessa situação, o percentual da população economicamente ativa com escolaridade média no Brasil é de apenas 14,4%, enquanto no México esse índice chega a 37%; no Chile a 35,7%; e na Argentina a 31,1%. “Uma sociedade, para ter futuro, necessita de um mínimo de coesão social, como condição básica para que ela seja capaz de produzir o bem-estar coletivo”, finaliza.